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Você já ouviu falar sobre TDAH?

Saiba mais sobre a dificuldade de diagnóstico do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade

 

por Hellen Barbosa

 

Para a maioria das pessoas a segunda-feira é o dia mundial de resolver tarefas, não é mesmo? O final de semana nem chegou ainda, mas você já deve estar pensando em tudo que precisa resolver na próxima semana. Acertei?

 

No texto do Blog Super Cérebro de hoje vamos falar sobre pessoas que sofrem demais para resolver tarefas e situações que fazem parte da vida prática. Mas isso não acontece apenas porque elas querem. Existe um transtorno que é o culpado por isso. Já imaginou se você, ao realizar tarefas simples do dia a dia, tivesse dificuldade porque se distrai com qualquer coisa ao seu redor? Assim é a vida de quem tem TDAH, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade.

 

Cerca de 4,8% da população adulta do mundo todo sofre com TDAH. Já no Brasil são quase 6 milhões, sendo que muitas pessoas nem desconfiam. A maioria destes indivíduos, antes de ter o laudo do transtorno já tiveram inúmeros outros diagnósticos.

 

Além de possuírem baixa autoestima por serem julgados pelas pessoas ao seu redor como alguém que não consegue concluir tarefas simples no tempo certo, pessoas com TDAH também têm chances bem maiores de estarem desempregados constantemente, não conseguirem se manter em empregos, além de apresentarem índices muito maiores de divórcios, abuso de álcool, drogas e tabaco.

 

O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade é uma condição neurológica de desequilíbrio químico. É como se a cola que fixa os lembretes mentais estivesse fraca. Dentro do cérebro humano existem cerca de 100 bilhões de neurônios que são conectados entre si. Essas estruturas formam redes complexas que servem para que a gente consiga, por exemplo, falar, andar e diversas outras ações.

 

As informações que chegam até o nosso cérebro costumam atravessar os espaços que ficam entre os neurônios e que estão unidos nestas redes, a chamada sinapse que acontece com a ajuda de substâncias químicas, os neurotransmissores. As pessoas que possuem TDAH apresentam dois neurotransmissores, a dopamina e a noradrenalina, que não executam suas funções mensageiras de forma correta em algumas regiões cerebrais, principalmente no lobo frontal, onde é a central humana de comandos.

 

Como consequência, as habilidades de planejamento, organização, concentração, executar prazos, cumprir tarefas até o fim e controlar impulsos, comportamento ou pensamentos invasivos acabam sendo afetadas. O lobo central acaba não conseguindo enviar todas as suas mensagens para o resto do corpo. É como se em uma orquestra o maestro não conseguisse fazer o seu papel muito bem.

 

Como perceber a presença do TDAH?

Durante a infância, é bem fácil identificar a presença do transtorno. Normalmente é aquela menina ou menino que não para ou então vive no mundo da lua. Já na fase adulta, frequentemente, a pessoa procura tratamento porque está com depressão, abuso de substâncias ou dificuldade de encontrar estabilidade em relacionamentos. Essa pessoa procura ajuda por inúmeros problemas e a partir da investigação do médico, o diagnóstico do transtorno se confirma.

 

Em um estudo feito com 570 crianças, dos 10 aos 15 anos, que apresentavam sintomas de TDAH, foi possível perceber que a permanência do diagnóstico se confirmou em 90% dos pesquisados, segundo o American Journal of Psychiatry. O que acaba caracterizando o transtorno é a intensidade e a frequência que os sintomas ocorrem, e se, trazem prejuízos constantes.

 

Importante destacar que, como qualquer transtorno mental, não existe um exame de sangue e nem de imagem que identifique o TDAH. Profissionais como psiquiatras, neurologistas e neuropediatras devem ser procurados em caso de aparição de algum sintoma, levando em consideração a necessidade de um diagnóstico clínico para que o TDAH seja confirmado.

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- Data: 24 de setembro de 2021

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