Saiba mais sobre as estratégias usadas para lidar com os desafios do TDAH
por Hellen Barbosa
Vamos supor que sua missão de hoje seja prestar atenção no que está a sua frente. Saber isso é o suficiente para que tudo que esteja à sua volta tenha a sua atenção, menos aquilo que estava, inicialmente, na sua frente. Isso é o que pessoas diagnosticadas com o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade sentem quando estão em situações como essa. Este transtorno mental atinge cerca de 8 milhões de brasileiros.
Mas como é possível conviver com este transtorno capaz de atingir tanta gente? E o melhor, existe a possibilidade de saber lidar com ele? É importante destacar que o TDAH é um desequilíbrio químico que acontece na comunicação entre os neurônios, presentes no cérebro humano. E que acaba ocasionando uma disfunção em capacidades humanas importantes, como a memória, concentração, administração do tempo e controle de impulsos.
O TDAH não tem cura, mas tem tratamento como você viu no texto “Será que você conhece alguém com TDAH?”. E envolve um tripé de ações: a psicoeducação, conhecer os sintomas e todos os aspectos relacionados ao transtorno, medicação, necessária em grande parte dos casos mas permitida apenas para crianças a partir dos 7 anos de idade, e por fim a psicoterapia.
Como conviver com o TDAH?
Com a ajuda da psicoterapia é possível criar mecanismos que facilitam o convívio com o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, estimulando a construção de novos hábitos. Existem habilidades e estratégias que o próprio paciente pode aplicar em seu dia a dia para que fique mais fácil e espontâneo lidar com o transtorno, sem se deixar vencer pelas distrações.
Ainda não se sabe ao certo o que acaba desencadeando o TDAH mas é muito comum que ao buscar diagnóstico para os filhos, os pais acabam sendo surpreendidos também. O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade apresenta fortes componentes genéticos. Em cerca de 50% dos casos, ele estará presente no pai ou na mãe da criança diagnosticada, por exemplo.
Atividades de prazer também são importantíssimas para pessoas diagnosticadas com TDAH. Elas ativam uma região do cérebro conhecida como Centro de Recompensa, aumentando a produção de substâncias químicas como a dopamina. A descarga de dopamina ajuda, então, o lobo frontal a aguçar o foco, região que não costuma funcionar direito em pessoas que possuem o transtorno.
Importante destacar que essas estratégias funcionam bem mas que não inibem uma derrapada aqui ou outra ali na desatenção provocada pelo transtorno. O tratamento é capaz de transformar os deslizes em fatos isolados. É muito possível que um indivíduo diagnosticado com TDAH tenha uma ótima vida acadêmica, um excelente desempenho profissional e uma vida social conjugal e familiar bastante satisfatória. O importante é saber quais são os pontos fracos e conseguir administrá-los.