Será que a ciência é capaz de decifrar as atitudes da maioria dos adolescentes através de uma análise neurológica?
por Hellen Barbosa
O que faz um adolescente rir e chorar em questão de segundos? Realmente, entender a cabeça de um adolescente parece ser bem difícil. O Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, NIMH, está investindo tempo e recursos para entender melhor todas as questões comportamentais dos adolescentes, com o objetivo de compreender o que anda por trás das oscilações de humor e comportamentos de risco.
Você sabia que, segundo neurocientistas, diferente do que era pensado antes, o cérebro adolescente não é uma prévia do cérebro adulto. Na verdade, o cérebro de um adolescente foi formado, de forma primordial, a partir de toda a história evolutiva dos seres humanos, e para ter características diferenciadas do cérebro de crianças e de adultos.
Durante os estudos realizados pelo instituto norte americano foi descoberto que o cérebro mais jovem, ou seja, dos adolescentes, sofre diversas mudanças pois está procurando se adaptar ao ambiente. Durante a adolescência é possível notar o aumento de conexões cerebrais entre diferentes partes do órgão.
Como a ciência é capaz de explicar as atitudes adolescentes?
Cientificamente falando, o que pode justificar que neste período da vida a impulsividade e os sentimentos sejam manifestados com mais facilidade, sem passar pelo filtro da razão, são as evoluções de algumas redes neuronais.
O amadurecimento e o fortalecimento de alguns neurônios se dão nas partes mais profundas do cérebro adolescente, como os centros cerebrais que ficam próximos ao tronco cerebral. Depois, essas informações sobem em direção às áreas mais novas do cérebro, ligadas ao pensamento complexo e à tomada de decisões, como o córtex pré-frontal, o sulco temporal superior e o córtex parietal superior.
Fica cada vez mais claro que a adolescência é uma fase marcada por muitas mudanças, sejam elas comportamentais, neurais ou biológicas. Ou seja, durante essa fase é fundamental que habilidades socioemocionais sejam desenvolvidas com o intuito de possibilitar que estes jovens saibam enfrentar os desafios que começam a aparecer, mas se intensificam muito mais na vida adulta, da melhor maneira possível e com muita resiliência e capacidade de superar barreiras.